sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Schroders acredita no fim da zona Euro

Schroders acredita no fim da zona Euro
Diário Económico - Rui Barroso - 19/11/10

Já existiram 69 desintegrações monetárias desde o fim da Segunda Guerra Mundial.
A Schroders diz que haverá desintegração da zona euro: "Em cinco anos teremos uma zona euro com uma composição diferente". A perspectiva é do economista-chefe da Schroders.
Keith Wade entende que "quando os pacotes de austeridade começarem a estar activos, o crescimento económico não será suficiente" para resolver os problemas das economias com contas públicas delicadas, como é o caso da Grécia, Irlanda e Portugal. O economista refere que a questão que as autoridades deverão colocar é: "Devem estas economias estar ligadas à máquina constantemente ou será preferível uma desintegração?".
Numa apresentação a jornalistas em Londres, a Schroders relembrou que a desintegração de uma união monetária não é uma novidade na História.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Lógica de engenheiro

Num julgamento de divórcio, o casal discute a guarda do único filho. A mãe, muito emocionada, tenta defender-se:
- Meritíssimo Juiz, esta criança foi gerada dentro de mim, carreguei-a durante nove meses. Ela saiu do meu ventre. eu mereço ficar com ela!
O juiz, emocionado e quase convencido, passa a palavra para o marido - engenheiro - que resolve usar o seu lado lógico:
- Senhor Dr. Juiz, tenho apenas uma pergunta: Quando eu coloco uma moeda numa máquina de refrigerantes, a latinha que sai lá de dentro com a bebida é minha ou é da máquina?

DGCI gasta 220 mil euros a comemorar aniversário

DN - ECONOMIA 9/10/2010


O organismo responsável pela cobrança de impostos fez gastos elevados na celebração dos seus 160 anos.
Mais de 220 mil euros foi quanto a Direcção-Geral das Contribuições e Impostos (DGCI) gastou nas comemorações dos seus 160 anos. Estas despesas - que datam de Novembro de 2009 - incluem os gastos do jantar pago a todos os directores das Finanças, mas não contemplam as despesas de pernoita de cerca de 900 pessoas que se deslocaram a Lisboa para assistir às comemorações, o que ainda poderá adensar mais o valor.
Confirmados pelo DN estão mais de 220 mil euros, que constam dos contratos no site governamental Base, onde se acumulam despesas públicas avultadas que vão desde jantares a arranjos florais.
Após ter sido ontem divulgado o valor de um jantar da ANACOM no valor de 150 mil euros a propósito do 20.º aniversário, agora são os contratos da DGCI (entidade que cobra os impostos, tutelada pelo Ministério das Finanças) a mostrar que este organismo foi ainda mais dispendioso nas comemorações dos seus 160 anos.
Nestes 220 mil euros estão incluídos os gastos de um luxuoso jantar, no valor de 73 mil euros, no qual foram solicitados os serviços da Casa do Marquês. A conferência realizada pela DGCI, no âmbito destas comemorações, também não ficou barata aos bolsos dos contribuintes: custou 47 mil euros, o que inclui o aluguer do Pavilhão Atlântico.
Foram também pagos 38 500 euros à empresa Springbreak, Lda (cujo registo não consta do portal do Ministério da Justiça) por "serviços prestados no evento". Naquela que foi mesmo uma mega-comemoração houve ainda 25 mil euros direccionados para o aluguer de equipamento audiovisual e ainda 7500 euros para que fosse criado um vídeo comemorativo.
Quem tem vindo a alertar para estes gastos é o blogue de Fernando Fonseca, que já ontem havia denunciado os gastos de 150 mil euros no polémico jantar da ANACOM. O blogger, que se tem dedicado a analisar as contratações públicas referenciadas no Base, acredita que "as comemorações da DGCI tenham chegado aos 400 mil euros, pois aos gastos já conhecidos ainda terão sido acrescentadas despesas de deslocação de 900 chefes das Finanças para as comemorações".
A denúncia do blogger levou o vice-presidente da bancada do PSD, Luís Menezes, a dirigir ontem uma pergunta formal ao Governo. Os gastos do jantar que comemorou os 20 anos da ANACOM foram classificados por Menezes de "obscenos", tendo por isso o deputado questionado o primeiro-ministro sobre se "tinha conhecimento destas despesas".
O social-democrata desafiou ainda José Sócrates a dizer "que tipo de medidas pretende tomar para acabar com este género de gastos em empresas ou institutos públicos".
Os gastos elevados - em tempos de crise - são transversais a vários organismos públicos e a distintas áreas. Exemplo disso é um jantar realizado em Março do ano passado "no âmbito da 53.ª Bienal de Artes Visuais de Veneza", onde a Direcção--Geral das Artes gastou 13 500 euros. Isto porque a refeição ficou a cargo da cozinha do luxuoso Hotel Bauer.
Já em 2010, José Sócrates se manteve fiel à empresa "Nada Mais Nada Menos" no que diz respeito à aquisição e manutenção de arranjos florais, estabelecendo um contrato de três anos no valor de 63 mil euros. Ontem também vieram a público os 1,5 milhões de euros, pagos pelo Tu- rismo dos Açores à sociedade New Seven Wonders, para que fosse organizada a cerimónia das 7 Maravilhas Naturais de Portugal. Os gastos começam já a motivar fortes protestos da oposição.

Médicos meteram licença e ficaram no mesmo lugar pelo dobro do salário

Ivete Carneiro - JN - 11-11-2010
Há médicos de hospitais EPE em licença sem vencimento da Função Pública a exercer as mesmas funções no posto que ocupavam, mas com contrato individual de trabalho e um salário quase dobrado. A prática era corrente até o Governo impor medidas de contenção. O recurso é legal: está no Decreto-lei 233/2005 que transformou os hospitais em entidades públicas empresariais (EPE). Os profissionais em regime de funções públicas podem optar temporariamente por um contrato individual de trabalho desde que lhes seja concedida licença
sem vencimento, depois de os conselhos de administração terem feito o "reconhecimento casuístico do interesse público" dessa licença. Apesar de legal, é "imoral", reage Merlinde Madureira, da Federação Nacional dos Médicos (Fnam), segundo a qual o caso era prática regular em vários EPE. Os médicos paravam as funções públicas e mantinham-se nos postos, com remuneração equiparada à do regime de exclusividade, o que, para muitos, equivale a quase o dobro do ordenado por mais cinco horas de trabalho semanal. O Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto foi um dos EPE onde, ainda este Verão, pelo menos oito profissionais beneficiaram deste estratagema. A garantia do presidente do Conselho de Administração, Laranja Pontes, é a de que a prática cessou no momento em que a Ministra da Saúde impôs medidas de contenção. Entre elas está a proibição de novas contratações, a não ser com aprovação do próprio Gabinete ministerial. Questionado sobre o "interesse público" de dar licença sem vencimento a médicos para contratá-los individualmente por um preço mais alto, o administrador garante que se tratou de "evitar" que clínicos considerados "pessoas-chave" acabassem "aliciados para o sector privado e, ao saírem, colocassem em causa a qualidade" do IPO, um dos poucos hospitais de gestão empresarializadas com resultados positivos. Um bom resultado que, de resto, permitia multiplicar contratações. O gabinete da ministra Ana Jorge - que não quis reagir ao caso - foi alertado para ele na segunda-feira, nas negociações da contratação colectiva com sindicatos médicos. "Disse só que não era possível", garante Merlinde Madureira, para quem o facto de decorrerem negociações de carreiras torna ilegal o recurso a estas soluções de contratação. Para a dirigente da Fnam, trata-se de "fraude com dinheiros públicos". E "pouco transparente" numa "altura de crise", não se sabendo ao certo quem beneficiou, como lamentaram médicos do IPO ouvidos pelo JN. "Criou-se uma injustiça tremenda". Alguns tentaram fazer o mesmo e viram o pedido indeferido devido às medidas de contenção.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010